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Governo distribuiu 265 mil medicamentos sem eficácia para indígenas tratarem Covid-19

Ministério da Saúde enviou diversos remédios do “kit-Covid” para tratar a doença em indígenas

Redação Publicado em 24/05/2021, às 10h32

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Médico segura caixa do remédio cloroquina (Foto: Andressa Anholete / Getty Images)
Médico segura caixa do remédio cloroquina (Foto: Andressa Anholete / Getty Images)

Mesmo sem eficácia comprovada contra Covid-19, 265 mil comprimidos de cloroquina, ivermectina e azitromicina foram enviados a comunidades indígenas para tratamento da doença. Segundo a Folha, os medicamentos do chamado “kit-Covid” foram comprados por DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), vinculados ao Ministério. 

De acordo com a Folha, um informe técnico da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), de junho de 2020, orientou os DSEIs a “instruir seus respectivos processos de aquisição” de cloroquina e hidroxicloroquina, no caso de municípios e estados se negarem a fornecer os remédios. 

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Um dos focos da CPI da Covid é o envio desses medicamentos sem eficácia contra Covid-19 para os indígenas. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a atual gestão do Ministério argumentam que os remédios foram enviados para o tratamento apresentado na bula. Dessa forma, cloroquina trataria a Malária e ivermectina ajudaria no tratamento de infecções por parasitas, por exemplo.

Apesar da argumentação, documentos do ministério indicam que o envio dos medicamentos foi para tratar Covid-19. Algumas notas dos DSEIs que autorizaram o gasto para a compra dos remédios afirmam que a aquisição ocorreu para “enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do Covid-19” ou “medidas de controle de infecção humana pelo novo coronavírus”. 

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No acre, 20 mil comprimidos de azitromicina com dosagem de 500 mg foram adquiridos para tratamento de indígenas. A dosagem é a mesma recomendada pelo Ministério da Saúde em nota técnica atualizada em maio - e a compra custou R$ 36,4 mil.

Os medicamentos do “kit-Covid” foram distribuídos para yanomamis em Roraima, comunidades indígenas no Mato Grosso, Rondônia, Acre e outros estados. Ao ser questionado pela Folha, o Ministério afirmou que os comprimidos têm usos relacionados às doenças presentes nas respectivas bulas.

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“O antimalárico [cloroquina] é adquirido e enviado regularmente a 25 DSEIs que estão em área endêmica. Azitromicina e ivermectina são medicamentos que constam na Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e utilizados em diversos tratamentos de atenção primária do SUS. A aquisição de medicamentos da Rename é feita a partir das demandas de atendimento dos DSEIs,” disse a pasta.


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