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Quentin Tarantino revela 7 detalhes precisos sobre os assassinatos de Charles Manson em Era Uma Vez em Hollywood

Nono filme do cineasta norte-americano vai a fundo na trágica história que assombrou a cultura americana nos anos 1969

Redação Publicado em 08/08/2019, às 11h53

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Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Quentin Tarantino (Foto: Andrew Cooper / Sony Pictures Entertainment / Divulgação)
Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Quentin Tarantino (Foto: Andrew Cooper / Sony Pictures Entertainment / Divulgação)

[Atenção! Esta publicação contém spoilers de Era Uma Vez em Hollywood] 

Era Uma Vez Em... Hollywood, o nono filme de Quentin Tarantino estreou nos Estados Unidos no final do mês de julho e já bateu o recorde pessoal de bilheterias do diretor norte-americano. Como você já deve saber, a narrativa tem como pano de fundo a série de assassinatos da década de 1969, em Los Angeles, que assombrou a cultura americana e foram promovidos pelo serial killer, Charles Manson

Dado o histórico de obras do cineasta, não é supresa afirmar que ele fez o seu trabalho com êxito ao representar precisamente a história desses assassinatos da família Manson. Como em Bastardos Inglórios e Django Livre, em que ele revisitou essas atrocidades históricas e garantiu, da forma mais impecável e comicamente violenta possível, que os personagens sejam icônicos. 

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Neste caso, Era Uma Vez em Hollywood, ele toma liberdades significativas com o grande evento sendo o centro do filme. Os assassinatos retratados ocorreram no dia 9 de agosto de 1969 quando três dos seguidores de Charles Manson cercaram 10050 Cielo Drive em Beverly Hills, incluindo a atriz Sharon Tate, e brutalmente assassinou todos. 

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Mas na narrativa, Tarantino cria dois vizinhos fictícios de Tate (interpretados por Brad Pitt e Leonardo DiCaprio), e altera significativamente o registro histórico com seu final. O cineasta claramente fez a sua lição de casa, e quando a tragédia é vista através das lentes do que realmente sabemos sobre o culto e o líder, Manson, o filme se torna um testemunho do olho aguçado do Tarantino. 

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Ainda assim, decidimos mergulhos fundo nas pesquisas sobre os assassinatos de Manson e apontar exatamente quais são os pequenos detalhes que o Tarantino acertou no seu filme - muitos dos quais você pode ter perdido na primeira vez em que assistiu. 

Roman Polanski e 10050 Cielo Drive

Quando Sharon Tate (Margot Robbie) e Roman Polanski (Rafał Zawierucha) são apresentados pela primeira vez, Dalton comenta que o casal se mudou para a casa ao lado no mês passado, e que esta é a primeira vez que ele vê Polanski, o que significa que ele não anda muito por perto.

Embora o cronograma de Tarantino esteja um pouco atrasado - a linha do tempo do filme começa em fevereiro, que é o mês em que Polanski e Tate alugam a propriedade - é verdade que Polanski não estava durante boa parte da gravidez de Tate.

Em março de 1969, Polanski voou para Londres para filmar The Day of the Dolphin. Enquanto Tate se juntou a ele por pouco tempo. Depois disso, ela voltou para Los Angeles, em julho, e Polanski estava programado para voltar para casa em agosto. Uma das razões de Sebring, Frykowski e Folger estarem na casa no dia 9 de agosto foi porque Polanski tinha os encarregado de ficar de olho em Tate durante os últimos estágios da gravidez.

A vitrola de Sharon 

Em uma das cenas descontraídas do filme, Tate dança em seu quarto ao som da banda de Paul Revere, The Raiders, e Sebring (Emile Hirsch) entra na sala e zomba o seu estilo musical. Embora não seja confirmado que a própria Tate era fã da banda, existe uma conexão legítima com Manson. O produtor do disco, Terry Melcher, produziu a maioria dos discos de sucesso dos Raiders.O vocalista, Mark Lindsay, viveu na 10050 Cielo Drive por um tempo, e afirma que ele conheceu Manson em uma reunião lá.

Família Manson e novos integrantes

Quando o dublê de Pitt, Cliff Booth, dá carona para Pussycat (Margaret Qualley), uma integrante (e fictícia) da família Manson, que está na beira da estrada, ela imediatamente tenta agradá-lo com um sexo oral. Esta foi, aparentemente, uma tática de recrutamento padrão para as meninas da família Manson, que recrutaram muitos seguidores e associados de maneira parecida. O baterista dos Beach Boys, Dennis Wilson, quando encontrou a família pela primeira vez, foi quando conheceu Patricia Krenwinkel e Ella Jo Bailey na Sunset Boulevard.

Devoção a Charles Manson 

As garotas da família Manson buscam comida em lixeiras enquanto cantam canções de Charles Manson

Em uma cena, logo no início do filme, as garotas de Manson são vistas em Era Uma Vez em Hollywood revirando uma lixeira e cantanto "Always For Always Forever", uma das músicas de Manson. Enquanto a cena parece ser lançada sob uma luz relativamente alegre, na verdade, os integrantes da família dependiam quase que exclusivamente desse mergulho em lixeira para as suas refeições diárias - e seguindo a misoginia de Manson, as meninas foram encarregadas de procurar por comida. 

Quarto do bebê estava mobiliado 

Em uma cena que antecede a noite de seu assassinato, Tate é vista almoçando com a atriz Joanna Pettet em sua casa e dando os toques finais no quarto do bebê.

Segundo o fotográfo Julian Wasser, que acompanhou Polanski para tirar algumas fotos da casa, na época, o quarto estava totalmente mobiliada. "Quando ele entrou no quarto, abriu uma gaveta com fotos da Sharon. Ela era uma garota tão bonita", disse Wasser ao jornal The Guardian em 2014."

Integrantes da família Manson estavam fora de si 

Quando os integrantes da família Manson cometiam os assassinatos em Era Uma Vez em Hollywood, Susan Atkins (Mikey Madison) e Patricia Krenwinkel (Madisen Beaty) - os verdadeiros assassinos de Cielo Drive - estavam extramente drogados quando chegam ao local. Além disso, eles estavam fora de si o tempo todo enquanto viviam no rancho, com Manson dando diariamente LSD a eles. 

"Eu sou o diabo"

A mensagem de Watson para quem estava na casa de Tate era: "Eu sou o diabo e estou aqui para fazer o seu trabalho". Quando ele diz isso n o filme, é para Cliff Booth. Mas na vida real, foi dito a Voytek Frykowski, uma amiga de Polanski e namorado de Abigail Folger, de acordo com o testemunho de Linda Kasabian. "Ouvi Tex dizer a Charles alguma coisa sobre ele dizer às pessoas que ele era o Diabo". 

Tex e Charles Manson 

No filme, Tex, de olhos arregalados, é retratado como o substituto de Manson, enquanto ele está em uma viagem a Santa Barbara para lidar com a situação. Isso aparentemente se encaixa com o papel real de Watson no rancho. Manson e ele "eram os cérebros reais da fazenda".

No entanto, ao contrário de Manson, Watson não tinha antecedentes criminais e era um garoto relativamente normal antes de entrar para a família Manson. Dennis Wilson, em 1968 o deu carona. Depois que ele foi condenado pelosnos assassinatos de Tate, Watson se converteu em Cristandade e recorreu ao conselho de condicional 17 vezes para sua libertação, porém sem sucesso.

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