Em coletiva sobre o lançamento, Ellie Goulding revelou os bastidores do projeto e ainda comentou a relação entre a música e sua saúde mental
Pamela Malva Publicado em 07/04/2023, às 09h00
Em quase 15 anos de carreira, Ellie Goulding já lançou quatro álbuns de sucesso e criou diversos hits aclamados pelo público. Mãe de primeira viagem do pequeno Arthur Ever Winter, a cantora de 36 anos lançou seu quinto disco de estúdio nesta sexta-feira, 7 de abril.
Animada para falar sobre seu novo projeto e com uma caneca fumegante de chá em mãos — porque café tem aumentado sua ansiedade —, Ellie Goulding falou com jornalistas sobre o disco em uma tarde de fevereiro. E a Rolling Stone Brasil esteve presente na conversa.
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“Higher Than Heaven é o álbum para o qual eu estou mais animada, é o que eu fui mais honesta”, revela a cantora, com um sorriso no rosto. “Eu tenho uma música com esse título e não conseguia pensar em outro nome melhor, que pudesse enviar as pessoas para esse mundo ideal, acima do céu. Achei que era perfeito para esse álbum.”
Bastante aguardado, o disco chega às plataformas após algumas mudanças de programação. Inicialmente previsto para o começo de fevereiro, o lançamento acabou sendo adiado para o final de março, enquanto alguns singles surgiam como presentes para os fãs.
Parceria com Big Sean, “Easy Lover” veio primeiro, em julho de 2022, seguida por “Let It Die”, em outubro do mesmo ano. Meses mais tarde, após o anúncio de que o álbum seria adiado por um tempo, “Live A Savior” foi lançada como single no dia 1º de fevereiro.
Por último, alguns dias antes da chegada do disco — e pouco depois do lançamento de “Miracle”, single de Calvin Harris que conta com os vocais de Goulding —, o público conheceu a faixa “By the End of the Night”, na última quarta-feira, 22. Classificada por Ellie como uma “power ballad”, a faixa fala sobre “aquele tipo de sentimento que você tem por alguém”.
“Eu imagino que é como estar em outro planeta, em uma história de amor. Nos anos 1980, você nem sabia sobre o que as músicas falavam, mas queria dançar. Muitas das músicas eram tristes, mas você não se sentia triste. Ela tem uma vibe dos anos 1980, sim”, revelou a cantora. “As músicas que eu escuto têm muita influência dos anos 1980, tem muitas músicas que eu ouvia quando era pequena que eram grandes power ballance.”
As músicas que Goulding escutava no passado e escutou durante a produção do disco, inclusive, foram grandes inspirações para o lançamento. “Fazendo esse álbum, eu estava ouvindo muita música eletrônica e clássica, aquelas que ressoam em você. Minha música é sempre uma combinação de tudo que eu já ouvi, desde Pearl Jam, até Destinys Child.”
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Eu acho que gosto de fazer músicas com as quais as pessoas possam se relacionar e que as levem para outro mundo. Quando eu cheguei no estúdio para fazer outro álbum, saindo do lockdown, queríamos criar esse mundo cheio de amor, paixão e desejo. Outros artistas fizeram a mesma coisa, então não acho que seja uma coincidência”, explicou.
Foi com essa mesma energia positiva que Ellie compôs “Better Man”, outra faixa do disco. “É a música mais real do álbum. Ela fala sobre como o mundo da música é dominado pelos homens e eu queria expressar que sinto que sou o ‘homem melhor’. É uma preocupação muito real, mas também tem o lado de ‘vamos deixar isso tudo de lado, porque agora é só amor’.”
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Atração do Rock In Rio em 2019, Goulding estava grávida durante a produção de Higher Than Heaven, o que trouxe uma carga ainda mais emotiva para o disco. Para a cantora, contudo, o nascimento de seu primeiro filho em maio de 2021 e a maternidade tiveram um impacto diferente em sua vida como artista, o que servirá de inspiração para próximos lançamentos.
“Não acho que ser mãe mudou muito a forma como eu vejo minha carreira, mas isso vai aparecer muito no próximo álbum. Eu tenho sido muito cuidadosa em falar sobre maternidade, então não consegui colocar isso em palavras ainda. Por isso não tem nada disso nesse álbum”, disse a cantora. “Mas é bom cantar sobre esse tipo de amor, então isso pode aparecer em um próximo álbum, porque é algo que muda sua vida toda.”
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Afirmando que ainda pretende fazer músicas clássicas, muito inspirada pelas faixas que ela mesma tem escutado, Ellie Goulding terminou a conversa respondendo uma pergunta da Rolling Stone Brasilsobre saúde mental — tema que a cantora tem discutido abertamente em entrevistas, principalmente após lidar com seu próprio diagnóstico de ansiedade.
“A música me salvou tantas vezes em minha vida e me ajudou a passar por muita coisa. Acho que não seria a pessoa que eu sou se não tivesse a música que ouvi na minha adolescência”, lembrou. “Eu tenho ansiedade e isso tem sido muito debilitante. Sou muito aberta sobre isso, porque tem sido muito desafiador, mas é quem eu sou, é minha personalidade e isso pode trazer coisas boas algumas vezes. Não posso ver isso como um inimigo.”
Ouça abaixo Higher Than Ever, quinto disco de Ellie Gouding, na íntegra abaixo:
