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Por que Scorpions aceitou uma menina nua na capa censurada do álbum Virgin Killer?

Banda precisou lançar capas alternativas para comercialização fora da Alemanha

Larissa Catharine Oliveira | @whosanniecarol Publicado em 03/05/2020, às 18h00

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Capa alternativa de Virgin Killer, do Scorpions (Foto: Divulgação)
Capa alternativa de Virgin Killer, do Scorpions (Foto: Divulgação)

Em 1976, a banda alemã Scorpions se tornou assunto na mídia fora da Europa com o lançamento do quarto álbum, Virgin Killer. O grupo se tornou o centro de grande controvérsia pela capa do disco, que exibia uma menina completamente nua, com um efeito para cobrir a genitália.

No ano anterior, os alemães causaram polêmica pela modelo com um seio de fora na capa de In Trance, e a imagem foi editada para obscurecer a área. No caso de Virgin Killer, porém, uma capa alternativa com a foto da banda foi necessária para comercialização nos Estados Unidos. Em alguns países, Virgin Killer foi lacrado com plástico preto para a comercialização. Uma capa com um escorpião em uma nádega feminina também foi lançada.

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Não há consenso sobre a identidade da menina, fotografada por Michael von Gimbut. A artista sueca Anneè Olofsson, autora de uma escultura baseada na capa do álbum, publicou um artigo sobre a foto original. Michael era o único homem no ensaio fotográfico, acompanhado da esposa, a mãe e irmã da jovem fotografada. Segundo Anneè, a identidade da garota não poderia ser revelada, mas especulações apontam o nome Jacqueline.

A capa voltou a causar polêmica em 2008, quando foi censurada na Wikipédia, após ser classificada pela organização britânica Internet Watch Foundation como conteúdo “potencialmente ilegal” pelo registro da menor. Com a repercussão da decisão, as pesquisas pela imagem cresceram. Ao tentar acessar o artigo sobre o álbum na Wikipédia, os usuários visualizavam uma página falsa de erro. Após a polêmica, a página voltou ao ar e exibe a versão original da capa de Virgin Killer.

Montagem com as capas alternativas de Virgin Killer (Foto: Reprodução)

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Em entrevista ao Ultimate Guitar, em 2008, o guitarrista Uli Jon Roth, que deixou a banda dois anos após o lançamento de Virgin Killer, criticou as capas do Scorpions por retratar, de maneira geral, mulheres de forma degradante. “Olhando em retrospecto, as considero repugnantes. Na época, não pensava sobre isso, não tinha acordado ainda”, explicou. “[Muitas capas] eram ideia da gravadora, mas certamente não tínhamos objeções. Então deveríamos nos envergonhar.”

Dieter Dierks, produtor musical da banda, comentou a polêmica em entrevista ao fã-site Scorpions News, em 2016. “Hoje eu não faria isso, mas na época não tínhamos alternativa. Havia milhares de bandas lutando por atenção”, contou. “Quando o cara apareceu para apresentar ideias de capas, estávamos todos muito chocados, mas esta capa controversa era o que estávamos precisando. De repente, tivemos a atenção da mídia que não existia antes.”

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Apesar da polêmica, a popularidade do Scorpions continuou a crescer e, mesmo com outras capas polêmicas ao longo da carreira, a banda alemã conseguiu se desassociar do episódio. “Catch Your Train”, faixa do álbum, segue na setlist dos shows do grupo.


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