- Billie Eilish na cerimônia do Oscar 2020, no Dolby Theatre em Los Angeles. (Foto: Jordan Strauss / Invision / AP)

Um ano após o triunfo de Billie Eilish na indústria do pop - para onde vamos?

Com a mesma idade do iPod, a artista se tornou uma das mais figuras influentes do nosso tempo após o lançamento de When We All Fall Asleep, Where Do We Go?

Redação Publicado em 29/03/2020, às 15h00

Nos primeiros 14 segundos deWhen We All Fall Asleep, Where Do We Go?, Billie Eilish deixa uma mensagem clara: "Tirei meu aparelho e este é o álbum". Lançado no dia 29 de março de 2019, exatamente há um ano, o disco pegou a indústria musical de surpresa e marcou a estreia de uma artista - na época, com 17 anos - que se tornou uma das figuras mais influentes do nosso tempo.

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Com uma estética incomum para o pop,  Eilish apareceu com um estilo guiado pelo hip-hop - com roupas largas, sem marcações no corpo e zero sexualização -, nenhuma maquiagem e um olhar típico adolescente de "não estou tão interessado em ouvir o que você tem a dizer". Em uma edição da revista The New Yorker, de 2019, a estética da cantora foi descrita como "um antídoto para o arquétipo da pop-star hiper feminina".

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No som, ao lado de Finneas, irmão e produtor da cantora, a dupla ultrapassou as barreiras das superproduções ao gravar composições emocionalmente inteligentes dentro da própria casa. Embora o gravar fora de um estúdio profissional já tenha ficado mais comum na última década com o aprimoramento de softwares e aplicativos de produção, os rabiscos nas paredes do quarto de Eilish se transformaram em um compilado que estreou no topo da principal parada norte-americana e, um ano depois, rendeu à Eillish o posto da primeira mulher e a segunda artista da história a conquistar os quatro principais prêmios do Grammy

Um dos diferenciais - e que explica a obsessão do público, da crítica e da indústria - está no fato da artista sussurrar os próprios pesadelos no seu ouvido. Com a técnica de ASMR - uma resposta autônoma das linhas sensoriais humanas -, unida às melodias e batidas pulsantes, Eilish criou algo que se encaixa perfeitamente no mainstream - mas de forma autêntica. Em "bad guy", por exemplo, sucesso instantâneo da cantora em mais de 15 países ao redor do mundo, é possível perceber a efetividade dessa técnica quando os instrumentos, as batidas e a voz ainda soam como elementos individuais.

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Com a mesma idade que o iPod, Eilish derreteu grandes nomes como a Ariana Grande e Taylor Swift  - ambas com lançamentos em 2019 - na principal premiação da indústria e virou referência quando o assunto é fazer música pop. Ao dialogar com o discurso de vários artistas das décadas passadas, como Kanye West, Tyler, The Creator, Bon Iver e LCD Soundsystem, Eilish absorveu influências estéticas e sonoras e pôde fomentar um retrato muito claro da própria geração - e o que virá na sequência.

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O que contrariou a estratégia criada por DJ Khaled, sustentada por vários nomes do pop como Justin Bieber e Ed Sheeran, que olharam para a fórmula blockbuster (mais singles, mais feats, mais mídias, o puro excesso) para garantir o sucesso. Por soar tão diferente do que estávamos acostumados a ouvir nas rádios, é possível que a indústria já esteja procurando quem será a próxima Billie Eilish.

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