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Fantástica Fábrica de Chocolate: 6 histórias surpreendentes dos bastidores; cenário surpresa, xícara não comestível e mais [LISTA]

Lançado há 50 anos, Fantástica Fábrica de Chocolate ousou ao filmar um dos maiores clássicos do cinema, confira histórias dos bastidores

Beatriz Bim (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 08/10/2021, às 14h59 - Atualizado em 15/11/2021, às 19h00

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Fantástica Fábrica de Chocolate, de 1971 (Foto: Reprodução)
Fantástica Fábrica de Chocolate, de 1971 (Foto: Reprodução)

O filme Fantástica Fábrica de Chocolate (1971), baseado no livro homônimo, publicado em 1964 por Roald Dahl, inspirou diversas gerações por mais de cinco décadas. A receita, que combinou o desempenho magnífico de Gene Wilde como Willy Wonka, cenários maravilhosos, números musicais, comédia excêntrica e crianças talentosas, resultou no clássico filme.

O longa retrata o enigmático fabricante de doces Willy Wonka ao elaborar um concurso para premiar crianças com estoque vitalício de guloseimas e uma tour pela Fábrica de Chocolate. Charlie Bucket (Peter Ostrum), com o avô Joe (Jack Albertson) e quatro crianças excêntricas: Veruca Salt (Julie Dawn Cole), Violet Beauregarde (Denise Nickerson), Mike Teevee (Paris Themmen) e Augustus Gloop (Michael Bollner) entram na fábrica, mas são obrigadas a resistirem às tentações do mundo de Wonka.

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Para produzir um filme tão amado, o diretor Mel Stuart precisou ser criativo nas técnicas - e aprender a lidar com crianças desbravando o mundo da atuação. O roteirista, David Seltzer, também enfrentou desafios ao transformar o livro infantil em uma história encantadora para todas as idades.

Com objetos não comestíveis, participação de uma empresa alimentícia e atores não fluentes em inglês, listamos seis histórias surpreendentes dos bastidores de Fantástica Fábrica de Chocolate. Confira:


Mel Stuart escondeu informações dos atores

Reprodução: Warner

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Um dos maiores desafios de trabalhar com criança é a falta de experiência. Isso afeta a atuação - pensando nisso, o diretor Mel Stuart optou por reações reais. Em vários momentos, o cineasta surpreendeu os atores para obter respostas espontâneas. Nas semanas antecedentes à sequência da Sala do Chocolate, Stuart esforçou-se para esconder o cenário gigantesco das crianças, de modo a capturar a reação exata ao conhecerem o local. O resultado foi fantástico.

Rusty Goffe, intérprete de um dos Oompa-Loompas, explicou em entrevista ao programa Hollywood the Write Way para comemorar os 40 anos do filme: “As crianças não fingiram surpresa. Os olhares alegres nos rostos delas, nesse momento, foram reações reais. Elas viam o set pela primeira vez.”

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Outras cenas inesperadas foram a escuridão do túnel e as interações com Wilder: a raiva do personagem não mostrada nos ensaios, as improvisadas cantigas assustadoras e a cambalhota de Wonka quando aparece pela primeira vez.


Quaker Oats financiou o filme para vender doces

Reprodução: Warner

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O livro de Roald Dahl não foi inspiração exclusiva para o filme. Segundo The Huffington Post, outra grande influência do longa surgiu devido ao interesse da empresa alimentícia Quaker Oats em entrar para o mercado de chocolates.

Ao descobrirem a adaptação para o cinema, a marca enxergou uma grande oportunidade. O filme seria útil para criar uma linha de chocolate e vendê-la com base na popularidade do lançamento. A empresa de aveia, extremamente confiante com a decisão, financiou o filme por US$ 3 milhões - equivalente à US$ 20 milhões em 2021.

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Esse foi um dos motivos por não usarem o nome original do livro, Charlie e a Fábrica de Chocolate. A adição de “Willy Wonka” no título estadunidense foi para vincular a marca Wonka com o longa. Não deu certo - Quaker Oats não conseguiu acertar na receita para criar os chocolates perfeitos, e não lançou a marca no filme.


A xícara de flor de Willy Wonka não era comestível

Reprodução: Warner

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Uma das cenas clássicas do filme é quando as crianças, de olhos arregalados, são apresentadas à Sala de Chocolate enquanto Willy Wonka canta a adorável canção “Pure Imagination.” Segundo o dono da fábrica, tudo no cenário é comestível e as crianças - e adultos - se deliciam com os objetos.

A realidade não era bem assim. Cerca de um terço dos itens açucarados eram consumíveis (e foram consumidos). Mas uma das guloseimas mais marcantes não entra nessa categoria: o copo em formato de flor de Willy Wonka. O objeto era, na verdade, feito de cera. Como Gene Wilder relatou à revista People, após tomar um gole do chocolate, morder o copo e mastigar, precisava cuspir o material para filmar as próximas cenas.

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Peter Ostrum, intérprete de Charlie Bucket, largou atuação para ser veterinário

Reprodução: Warner

Para Peter Ostrum, ser escalado como protagonista em Fantástica Fábrica de Chocolate foi como ganhar o Bilhete Dourado. Foi o primeiro trabalho do garoto - e o último. Peter não estrelou outro longa ou programa antes do filme clássico e, surpreendentemente, não seguiu a profissão depois.

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É seguro presumir: o jovem artista poderia construir uma carreira de ator após o sucesso em Fantástica Fábrica de Chocolate, mas Ostrum deixou o mundo do entretenimento e escolheu ser veterinário de animais de grande porte. Na verdade, apenas uma das crianças do clássico, Julie Dawn Cole, seguiu como atriz após o filme.


Alguns Oompa Loompas não falavam inglês

Reprodução: Warner

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É difícil desvendar a localização da Fábrica de Chocolate de Wonka. Embora algumas crianças tenham origens específicas, seja nos Estados Unidos ou na Alemanha, o plano de fundo da pequena cidade de Charlie Bucket foi, intencionalmente, vago.

O diretor Mel Stuart desejava atribuir à narrativa uma "qualidade de livro de histórias", com localização universal. As filmagens ocorreram na Alemanha, principalmente em Munique, pelo valor na cidade ser menor comparado aos Estados Unidos.

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Devido à dificuldade de encontrar atores para interpretar os Oompa Loompas, a produção escalou profissionais da Inglaterra, Alemanha, Malta e Turquia. Alguns Oompa Loompas não eram fluentes em inglês e não conseguiam aprender as letras das músicas.

Nas cenas musicais, é possível reparar como parte dos atores não pronunciam algumas palavras ou como algumas falas não estão sincronizadas com os lábios dos profissionais. Para Mel, isso não era um problema. Apesar das músicas serem filmadas em inúmeras tomadas, o resultado valeu a pena.

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Roteirista reescreveu a fala final no último minuto

Reprodução Warner

Quem elaborou a história original foi Roald Dahl, mas David Seltzer reescreveu grande parte. No livro, a trama encerra com Willy Wonka, Charlie e o avô Joe no elevador de vidro em alta velocidade. A narrativa termina com Joe gritando: "Yippee!". Mas o diretor, Mel Stuart, odiava a cena, e decidiu reformulá-la no último minuto das filmagens.

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Mel ligou para Seltzer, fora do país, para reclamar da cena, mas o roteirista tinha uma explicação: o livro terminava assim. O diretor ficou indignado: “Você está brincando comigo? Todo esse trabalho para realizar o filme, todo o dinheiro investido, o talento, os números musicais, as coreografias, os Oompa-Loompas… E termina com a palavra, ‘Yippee’?,” como explicou o roteirista à rádio norte-americana NPR.

Em apenas 90 segundos, David pensou em outra finalização e sugeriu, ainda no telefone, para o colega: “Estão no elevador de vidro olhando o chão desaparecer. Willy Wonka anuncia a Charlie: a Fábrica de Chocolate é dele, e continua: ‘Mas Charlie, não esqueça do que aconteceu com o garoto que conseguiu tudo que queria. Charlie, com a expressão assustada responde: ‘O que aconteceu?’ E Willy diz: ‘Ele viveu feliz para sempre.’” Após uma longa pausa - para desespero do roteirista - Mel disse: “Fantástico!”