As duas séries da Netflix ganham, no Amazon Prime Video, um incremento de robôs
Yolanda Reis Publicado em 17/04/2020, às 07h30
“Meu nome é Russ Willard,” diz um simpático e eloquente senhor nos primeiros segundos de Tales From the Loop, nova série da Amazon Prime Video. “Sou fundador do Centro de Física Experimental de Mercer, o qual foi construído aqui, embaixo da cidade de Mercer, Ohio. Localmente, é chamado de ‘O Loop’. O propósito dele? Abrir e explorar os segredos e mistérios do universo. Como resultado da nossa pesquisa única, você, aqui, verá coisas que… Bom, diria ser impossíveis. Mesmo assim, aqui estão.”
Para quem amou a vibe de mistério oitentista de Stranger Thingsou o emaranhado temporal de Dark, boas novas: Tales From the Loopreúne contos imaginários de duas das séries mais populares da Netflix. Mas adiciona robôs.
Contos do Loop, em português, foi baseado no livro de ilustrações homônimos publicado pelo sueco Simon Stålenhag. O artista plástico criou várias pinturas mostrando paisagens comuns de pastos, florestas e crianças - mas cheias de tecnologias avançadas e irreais (misturadas entre cyberpunk, futurismo e fim do mundo). Matt Reeves, diretor de The Batman, gostou da ideia:
"É muito raro você ver algo que seja tão original, com esse casamento entre o comum e o extraordinário. E ainda havia uma emoção maravilhosa nas pinturas dele." Então, Reeves resolveu produzir uma série com esse cenário.
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O roteiro de Nathaniel Halpern (The Killing) partiu do conceito visual e criou uma ótima ficção científica. Em Tales From the Loop, a cidadezinha Mercer é sustentada por duas grandes empresas: uma pedreira e um Centro de Física Experimental. Boa parte dos moradores trabalha por lá - e alguns deles desconfia da atividade que acontece no subterrâneo. Afinal, um grande laboratório inspira desconfiança, como aprendemos com Stranger Things e o laboratório escondido debaixo do shopping, ou em Dark- a trama oculta em cavernas que são portais do tempo e locais de estudo da física elementar.
Amazon juntou ambos. A começar pelos anos 1980 - quando a trama desenrola - que traz aquela vibe muito associada a Stranger Things. Há, ainda, viagem no tempo e encontro de “eu” do passado e do futuro, além da influência que um salto no tempo tem na vida cotidiana e famílias locais. Em Dark, da Netflix, o protagonista Jonas vê seu pai se suicidar - sem saber que ele, na verdade, começaria a vida naquele mesmo dia, mas alguns anos antes, ao viajar para o passado como Mikael. Já em Tales from the Loop, uma jovem Loretta é confortada por si mesma, já adulta, ao perder a mãe e a casa.
A grande diferença de Tales from the Loop é a parte mais científica da ficção. Robôs, maquinário e quebras na regra da física são partes importantes do programa. A influência disso tudo é mais unânime e menos escondida do que nas outras histórias. É uma boa escolha para aqueles que gostam de tramas temporais difíceis, de viagens no tempo, ou simplesmente da ficção científica. Ou, por que não, da estética dos anos 1980?
Para quem gostar de Tales From the Loop, há todo um universo a ser explorado. A começar pela publicação de Simon Stålenhag - o livro de ilustrações que deu origem à produção da Amazon.
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Além disso, a Galápagos Jogos lançará, em agosto de 2020, um livro de RPG baseado na série. No jogo, “acontecimentos reais da época se misturam a avanços tecnológicos, criando fenômenos e singularidades extraordinárias, tais como: viagens no tempo, troca de consciências, inteligência artificial e até mesmo dinossauros. Na aventura, os participantes criam e interpretam um grupo de adolescentes que precisam enfrentar os desafios desse mundo, desvendar os seus mistérios e conciliá-los à rotina normal de suas vidas.” A pré-venda está aberta na Amazon.
+++ SESSION RS: SCALENE TOCA ASSOMBRA
