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Woody Allen: 'Fiz tudo o que o movimento #MeToo gostaria de alcançar'

O diretor norte-americano declarou que tem um grande papel dentro do movimento feminista e deveria ser reconhecido

Redação Publicado em 09/09/2019, às 11h02

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Woody Allen. (Foto: Associated Press).
Woody Allen. (Foto: Associated Press).

O diretor norte-americano Woody Allen, em entrevista à France24, fez novamente uma declaração polêmica sobre o movimento feminista #MeToo. Segundo ele, o movimento deveria reconhecer o papel dele na luta de igualdade de gêneros no cinema.

"Eu trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma delas se queixou de mim, nem uma única reclamação. Trabalhei com mulheres, empreguei-as nas melhores posições, em todas as posições há anos. E sempre pagamos a elas exatamente o mesmo que aos homens. Fiz tudo o que o movimento #MeToo gostaria de alcançar”, disse o diretor.

Em junho de 2018, o diretor afirmou para um jornal argentino que deveria ser estampado nos pôsteres do movimento feminista, por causa da maneira que tratou as mulheres durante sua carreira. Ele ainda disse que os homens precisam ser "reconhecidos por não serem predadores sexuais".

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Recentemente, a atriz Scarlett Johansson se manifestou sobre as acusações de abuso sexual contra Allen e o defendeu.

"Eu amo Woody. Acredito nele e trabalharia com ele a qualquer momento.[...] Vejo ele sempre que eu posso, e já tivemos muitas conversas sobre isso [as acusações]. Fui muito direta com ele, assim como ele foi comigo. Ele mantém sua inocência e eu acredito nele. É difícil porque estamos em um momento em que as pessoas estão muito agitadas, e com razão. As coisas precisam ser estimuladas, e as pessoas têm muita paixão, todos estão sentindo muito e estão bravas, e é justo. É um momento intenso", declarou a atriz para The Hollywood Reporter.

Na década de 1990, Allen foi acusado pela atriz Mia Farrow de abusar da filha adotiva dos dois, Dylan Farrow, mas o caso foi fechado com falta de provas. As acusações, porém, voltaram a circular na mídia com o movimento #MeToo.

Após a repercussão da fala de Scarlett Johansson, Dylan se manifestou no Twitter e repreendeu a posição da atriz.

"Porque, se aprendemos algo nos últimos dois anos, é que você definitivamente deve acreditar em homens predadores que 'mantém a inocência deles' sem questionar. Scarlett tem um longo caminho para entender o problema que ela alega defender", escreveu Dylan.

O último filme do diretor, A Rainy Day in New York, teve a estreia cancelada nos Estados pela Amazon Studios, após as declarações de 2018. Contudo, o filme foi lançado em 2019 na Europa e o diretor ainda espera que ele chega aos cinemas americanos.

"Se as pessoas gostarem do filme, eu acho que ele será lançado nos Estados Unidos, eventualmente [...] Para mim, o filme está sendo lançado no mundo todo", disse Allen.

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Apesar da expectativa de exibição mundial, o diretor não se importa com o fato dos
atores, Timothée Chalamet e Rebecca Hall, não estarem promovendo o filme ou de Hollywood ignorar a produção.

"Eu não poderia ligar menos. Eu nunca trabalhei em Hollywood. Eu sempre trabalhei em Nova York e não me importa nem por um segundo. Se amanhã ninguém quiser financiar meus filmes e ninguém quiser financiar minhas peças de teatro ou publicar meus livros, eu continuarei me levantando e escrevendo, porque é isso que eu faço. Então eu sempre vou trabalhar. O que acontece com isso comercialmente é outra coisa."