Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Grammy 2021: Conheça Jack Harlow, hit do TikTok em ascensão no hip hop [ENTREVISTA]

Na 63ª edição da premiação, o artista concorre pela primeira vez na categoria de Melhor Performance de Rap

Julia Harumi Morita | @the_harumi Publicado em 05/02/2021, às 10h02

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Jack Harlow no MTV EMA 2020 (Foto: Getty Images /Rich Fury)
Jack Harlow no MTV EMA 2020 (Foto: Getty Images /Rich Fury)

Com um beat pulsante e um riff de piano envolvente, Jack Harlow rima com espontaneidade e humor na música "Whats Poppin", que entrou para a playlist dos lançamentos de hip hop mais quentes de 2020.

Lançado no dia 21 de janeiro, o single se tornou um hit mundial ao viralizar no TikTok com um desafio de glow up ou transformação, em que as pessoas mostram fotos antigas e depois se gravam exalando autoconfiança. Mais tarde, a canção embalou outras trends no aplicativo, como o desafio de apresentar as próprias qualidades e cantar "Whats Poppin" em tom de flerte.

+++ LEIA MAIS: Grammy 2021: 6 músicas para entender a trajetória de Haim, banda indicada a Melhor Álbum

Cerca de cinco meses depois, o single ganhou um remix com a participação de DaBaby, Tory Lanez e Lil Wayne, que levou o hit para o segundo lugar da Rolling Stone EUA 200 e o Top 10 da Billboard Hot 100, além de ter garantido uma indicação ao Grammy 2021 na categoria Melhor Performance de Rap.

"Primeiro eu ouvi o beat e o beat era insano, quero dizer, o beat é doido. Então, eu ouvi o beat e disse para mim mesmo: 'Não pense demais, apenas diga a primeira coisa que vier na cabeça,'" disse Harlow ao explicar o que torna "Whats Poppin" um grande hit. 

Ele continuou: "Acho que o que torna a música ótima é meu tom de voz misturado com o quão simples o beat é. Tem apenas um espaçamento perfeito na canção, tem tanto espaço para meus vocais e o beat brilharem."

+++ LEIA MAIS: Grammy 2021: 6 músicas para conhecer e amar Phoebe Bridgers

O rapper de 22 anos estava em casa e tinha acabado de sair de uma sessão de terapia quando conversou com a Rolling Stone Brasil por Zoom sobre a trajetória dele na música, o disco de estreia e, claro, as expectativas dele para o Grammy 2021.

"Tenho que valorizar o presente /Estou bebendo água e usando proteção /Tenho uma carreira e estou muito interessado /Algumas pessoas chamam isso de uma obsessão assustadora (ponto final, mas) /Eu gosto de chamar de paixão, não posso ficar sentado relaxando (Não posso)", rima o rapper em "Whats Poppin". 

Nascido em Louisville, nos Estados Unidos, Harlow começou a investir na carreira de rapper na adolescência e, segundo o músico, a conexão com o rap surgiu por causa da personalidade, que é tão competitiva quanto o gênero musical.

"Acho que uma coisa que me atraiu para o rap é o quão competitivo o gênero é e eu tenho uma personalidade competitiva, então foi um encaixe perfeito".

+++ LEIA MAIS: Grammy 2021: 4 músicas para conhecer a carreira de Noah Cyrus, irmã de Miley [LISTA]

Como um rapper branco, Harlow entende que nem todos os rappers brancos possuem consciência de estarem lidando com uma cultura originalmente negra e afirma que não sente nenhum tipo de culpa, porque se mantém honesto em relação a si mesmo e a cultura do hip hop.

"Eu foco em ser verdadeiro comigo mesmo e ser eu mesmo, então eu não tenho que sentir nenhuma culpa enquanto for eu mesmo [...] quando você começa a fazer coisas que não são realmente verdadeiras, é quando você começa a se olhar no espelho e se questionar. Mas eu me mantenho fiel, então não tenho que me preocupar com esses momentos, acredito em mim mesmo e sei que sou real."

+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes

Ao longo dos anos, Harlow lançou diversos singles e mixtapes, os quais, aos poucos, ganharam destaque na cena norte-americana. Quando "Whats Poppin" estorou nas paradas musicais, o rapper percebeu que era a hora de lançar o primeiro disco da carreira, Thats What They All Say.

"Eu não queria lançar meu disco até sentir que a cultura do hip hop estava esperando por isso e as pessoas estavam prontas para ouvi-lo", disse o músico. "Parte da minha inspiração veio do sucesso de 'Whats Poppin'. Eu não queria ser estigmatizado, não queria ser colocado em uma caixa, eu não queria que as pessoas pensassem que era um pônei de um truque."

+++LEIA MAIS: Grammy 2021: Conheça a carreira de Dua Lipa, uma das principais indicadas à premiação

Em 2020, Harlow passou de um artista local em ascensão para o segundo maior artista revelação de 2020, segundo a Rolling Stone EUA. O rapper já revelou em outras entrevistas que não é do tipo "viciado" em redes sociais, mas tenta acompanhar o próprio sucesso por meio dos números da web.

Harlow também disse que busca se manter "grato" no atual cenário pandêmico ao invés de pensar em qualquer prejuízo por falta de shows ou interações pessoais com o público. Junto com o sentimento de gratidão, o músico demonstra animação para os próximos passos da carreira. 

+++ LEIA MAIS: Grammy 2021: 6 curiosidades sobre o disco indicado de Harry Styles, Fine Line

"Nós estamos planejando subir o nível e lançar umas músicas clássicas, mas, agora, eu quero filmar vídeos para meu disco, Thats What They All Say. E vamos continuar nos esforçando."

No momento, Harlow espera o resultado do Grammy 2021, que acontece no dia 14 de março. Com uma indicação inesperada, o rapper concorre com Big Sean eNipsey Hussle, DaBaby, Lil Baby, Megan Thee Stallion e Beyoncé, e Pop Smoke

"Eu não esperava ser indicado tão cedo na minha carreira, mas me sinto estou completamente contemplado por isso e tenho esperança que muito mais virá, na verdade, espero muito mais."

Ao ser questionado sobre como se sente diante de um sucesso explosivo, Harlow responde com a leveza dos vinte e poucos anos: "Definitivamente me ensinou algumas lições e sinto que estou melhorando o tempo todo. E todo o sucesso e a indicação do Grammy me fazem sentir muito mais bonito."


+++ PAI EM DOBRO | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL