- Game of Thrones (foto: reprodução HBO)

Por que a última temporada de Game of Thrones foi considerada um fracasso? [ANÁLISE]

A série ganhou uma quantidade recorde de prêmios, mas poderia ter sido muito melhor

Vinicius Santos Publicado em 01/11/2019, às 10h19

Já passaram-se quase seis meses desde a exibição do episódio final de Game of Thrones, mas ainda a lembrança do descontentamento dos fãs ainda é bastante nítida - isso sem falar da famosa petição para regravar a oitava temporada. Mesmo assim, o sucesso (em audiência e prêmios, com oos 32 prêmios Emmy) foi massivo.

Os showrunners de Game of Thrones, D.B Weiss e David Benioff, considerados responsáveis pelas falhas da conclusão da série, pareciam ter sido “premiados” após a série da HBO com um contrato multimilionário com a Netflix e a promessa de uma nova trilogia de Star Wars sob o comando deles.

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Curiosamente, a dupla “D&D” abandonou o projeto da nova trilogia por falta de tempo na agenda devido aos compromissos com a Netflix. Entretanto, várias fontes reportam que eles foram "demitidos" pela Lucasfilm devido a conflitos no controle criativo da franquia e também a uma grande pressão dos fãs mais tóxicos, que desaprovaram profundamente a escolha dos diretores.

Nesse clima de revisionismo e análise, é importante dar alguns passos para trás e analisar os motivos que levam a última temporada de Game of Thrones ser considerada um fracasso.


O que os fãs reclamam de fato?

O principal motivo de desgosto dos fãs foram os desfechos apressados e sem peso. O maior exemplo deles foi a trama do Rei da Noite. Nos livros e na série, era de conhecimento geral que o vilão era poderosíssimo e teria força para colocar um fim na humanidade, mas quando o apocalipse de Westeros, construído durante sete temporadas, é resolvido em apenas um episódio, é impossível não ficar decepcionado.

Outra trama apressada até a linha de chegada foi a decadência de Daenerys Targaryen. Foi uma escolha ousada transformar a Rainha dos Dragões na vilã, e até bem condizente com a história da família Targaryen, com gerações de déspotas sanguinários, mas a execução foi, de acordo com crítica e público, feita às pressas.

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Para se ter uma ideia, Daenerys se torna a governante dos Sete Reinos e sequer senta no Trono de Ferro no último episódio. Outros personagens como Tyrion Lannister, Jon Snow e Jamie Lannister também tiveram finais que deixaram os fãs bem desgostosos, sem falar da reviravolta final de Bran Stark como rei, que é dita por muitos como injustificável e forçada.


Certo, mas qual é a culpa de D&D nisso?

A dupla de showrunners começou a quebrar o silêncio sobre Game of Thrones recentemente. Durante uma palestra no Festival de Cinema de Austin, um usuário do Twitter documentou os depoimentos deles e em vários momentos ambos confessaram se sentir despreparados para escrever os episódios.

Benioff e Weiss eram muito elogiados pela série nas temporadas iniciais, quando ainda existiam os livros de George R.R. Martin para embasar os episódios. A partir da sexta temporada, o enredo ultrapassou o que é contado nos livros, e a coesão da trama começou a cair por terra.

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Desde inconsistências como personagens viajando distâncias enormes em apenas horas a decisões bizarras de roteiro, ficava cada vez mais claro de que a falta de material para adaptar afetava os diretores.


A clássica pergunta: Como poderia ter sido melhor?

É fácil e até um pouco presunçoso apontar o que poderia ter sido diferente após o término e todas as análises e críticas, mas o ponto principal e mais simples de se resolver era incluir mais roteiristas na reta final da série da HBO.

Benioff e Weiss poderiam ter compensado a falta de experiência envolvendo outras mentes no processo criativo e quem sabe alongar a trama, pois a oitava temporada teve 6 episódios, em contrastes com os tradicionais 10 das temporadas passadas.

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No fim, é preciso ser razoável com os D&D: não se pode agradar a todos, e o sucesso de Game of Thrones como um todo se justifica pelos prêmios. É evidente que todas as estatuetas na cerimônia do Emmy também vieram como reconhecimento ao legado deixado para a dramaturgia na televisão.

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