Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Influenciada pelos Beatles desde a adolescência, Blubell canta faixas do White Album no Cultura Inglesa Festival [ENTREVISTA]

Apresentação faz parte do projeto (RE)Versões do festival - e, em entrevista à Rolling Stone Brasil, a cantora falou sobre a importância dos Beatles na vida e carreira dela

Isabela Guiduci | @isabelaguiduci Publicado em 05/03/2021, às 07h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Blubell (Foto: Divulgação/Cultura Inglesa Festival)
Blubell (Foto: Divulgação/Cultura Inglesa Festival)

(RE)Versões é um dos projetos que integra a extensa programação da 24ª edição do Cultura Inglesa Festival. Nele, diversos incríveis artistas brasileiros farão releituras de obras famosas do mundo anglófono nos gêneros da música, literatura e dança. É o caso de Blubell.

No dia 12 de março, às 21 horas, para o (RE)Versões, Blubell, nome artístico da cantora e compositora brasileira Isabel Fontana Garcia, tocará uma série de canções doWhite Album, dos Beatles.

+++LEIA MAIS: Com Caetano Veloso, Cultura Inglesa anuncia edição online para o 24º festival, além de programação artística

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a cantora revela uma relação sensível, intensa e de longa data com os Beatles. Além disso, a artista conta a história pessoal com o White Albume a proximidade incrível com o idioma (inglês). 

De acordo com Blubell, o convite para se apresentar na 24ª edição do Cultura Inglesa Festival foi da própria programadora do festival, Natália Mallo, que assistiu ao show da cantora com músicas do White Album em 2018 - ano em que o disco completou cinquenta anos do lançamento.

+++LEIA MAIS: Melim traz positividade e mescla pop, reggae e folk no disco Amores e Flores: 'Nos expressamos musicalmente' [ENTREVISTA]

OWhite Albumé o disco que faz Blubell lembrar do quarto dela na época da adolescência: "O quarto de adolescente é o arquétipo da minha potência criativa. Essa é a importância desse álbum para mim", comenta a compositora. 

Os Beatles não estão apenas refletidos na carreira, mas são parte da vida da cantora: "Me inspiram diariamente e fazem parte do meu cotidiano. Ontem pendurei roupa no varal ouvido 'RAM' do Paul McCartney e foi um dos momentos mais sublimes do meu dia", conta. 

+++ LEIA MAIS: Lagum, Los Hermanos, Anavitória e mais: como os artistas ajudam produtores, técnicos de som e equipe

Agora aos 43 anos, a compositora reforça o carinho em relação ao Fab Four ao dizer que “ficaria até semana que vem” falando sobre as tantas vezes que o grupo influenciou a carreira artística dela. 


+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes


Carreira e relação com o idioma

Com início na música em 2005, Blubell lançou cinco discos ao longo da carreira: Slow Motion Ballet (2006), Eu Sou do Tempo Em Que A Gente Se Telefonava (2011), Blubell & Black Tie(2012), Diva é a Mãe(2013) e Confissões de Camarim (2016). 

Desde o começo, a artista canta em inglês - seja nas canções gravadas ou em apresentações ao vivo. A compositora, inclusive, fez uma releitura de uma música dePaul McCartney, “Junk”, para o primeiro disco Slow Motion Ballet (2006), e as primeiras músicas autorais de Blubell são em inglês.

+++LEIA MAIS: Filho e netos de Gilberto Gil: como Gilsons se tornou acalanto em tempos de crise política e de saúde

A cantora explica que sempre teve muita facilidade e proximidade com o idioma, porque é apaixonada pelo cinema, música e literatura anglo-saxônica: "Faço muitos ‘downloads criativos’ em inglês desde muito jovem, se é que você me entende."

Blubell conta que aos 20 anos de idade cantava e compunha, mas "engatinhava" na música - e foi quando optou por fazer, na própria Cultura Inglesa, o teste de proficiência da Universidade de Cambridge para dar aulas. 

+++LEIA MAIS: Caetano Veloso critica Bolsonaro em primeira live de quarentena: ‘São situações muito graves que nós, os brasileiros, estamos enfrentando’

Sem nunca ter estudado em uma escola de inglês, Isabel tornou-se professora do idioma, começou a trabalhar em duas escolas e dar aulas particulares até 2009 - ano em que deixou de lecionar e passou a viver apenas da música. 

Em 2020, porém, o mundo todo parou devido à pandemia de coronavírus. A indústria do entretenimento foi muito afetada com isso, e não foi diferente para a cantora e compositora Blubell, que decidiu voltar a dar aulas.  

"Me apaixonei profundamente de novo por esse ofício. Amo meus alunos e me sinto profundamente alimentada pelas aulas. Penso que a produção do festival nem sabe disso. Curioso, né? Hoje sou cantora, compositora e encho ainda mais a boca para dizer ‘professora’," conta a artista. 


Pandemia e planos

Não foi e não tem sido fácil enfrentar a pandemia de coronavírus, principalmente aqui no Brasil, e o isolamento social faz com que reflitamos constantemente sobre nossa realidade, aspirações e planos. 

"Muita coisa aconteceu e ainda está acontecendo aqui dentro", conta Blubell. De acordo com a compositora, ela vinha refletindo sobre finitude e sobre o que é importante para ela desde quando perdeu a mãe no final de 2019, após três anos em uma luta contra um câncer.

+++LEIA MAIS: Museus da quarentena: Como a arte é afetada pelo isolamento social?

Toda a realidade vivida por Blubell já estava influenciando as composições para o próximo disco dela, que seria lançado em 2020. A pandemia alterou os planos e o lançamento do sexto álbum da carreira foi adiado, embora estivesse praticamente pronto.

A cantora preferiu esperar passar 2020, principalmente por ser um projeto mais complexo. Blubell revela ser um disco e um livro de mesmo nome, Música Solar Para Tempos Sombrios: "O livro são crônicas, uma para cada faixa do disco. Se tudo der certo, lançamos esse ano ainda pela Yb."

+++LEIA MAIS: Como o isolamento social afeta a criatividade dos artistas no Brasil?

No ano passado, a cantora não compôs muito sozinha “como sempre foi o costume”, mas fez parcerias que devem ganhar o formato de disco “em breve”. Aos sábados, “quase que religiosamente”, encontra-se com um grupo de compositores via Zoom.

Em meio às bebidas e acolhimentos mútuos, os artistas passaram a fazer música virtualmente: "Não era o intuito, mas foi inevitável", afirma. Essas reuniões têm sido importante para Blubell durante a pandemia. 

+++LEIA MAIS: Coronavírus, medo e incerteza: a importância da arte em momentos de caos [ANÁLISE]

Segundo a artista, existem onze músicas prontas. Tatá Aeroplano, Helô Ribeiro (Barbatuques), Vanessa Bumagny, Malu Maria, Cuca Ferreira (Bixiga 70) são os nomes que assinam composições com ela, e além deles, há "outros agregados que apareceram em noites pontuais".

Sobre o futuro e os planos, Blubell conclui: "Não tenho mais grandes aspirações. Quero fazer coisas bonitas e compartilhar o que sinto. Quero poder trabalhar com gente que eu amo e admiro. Simples assim."


Cultura Inglesa Festival

A 24ª edição do Cultura Inglesa Festival ganhou um formato totalmente inovador devido aos desafios impostos pela pandemia do coronavírus. Com data de início marcada para domingo, dia 6 de março, o evento, pela primeira vez inteiramente digital, terá mais de 20 dias de programação com muita arte e cultura, e se encerra no dia 28 deste mês.

Totalmente recriada para um ambiente digital, a edição acontecerá em uma plataforma virtual inovadora - e, vale lembrar, o festival é totalmente gratuito, é preciso apenas se cadastrar na plataforma. A apresentação de Blubell do White Album, dos Beatles, acontece na próxima sexta, dia 12 de março, às 21 horas. 

Serviço:

24º Cultura Inglesa Festival
O que é: Evento de cultura, arte e educação promovido há 23 anos pela Associação Cultura Inglesa São Paulo
Quando: De 6 a 28 de março
Onde: Plataforma digital do 24º Cultura Inglesa Festival 
Acesso: Gratuito 
Link para página oficial: www.culturainglesafestival.com.br 


+++ FBC E VHOOR REFLETEM SOBRE HIP-HOP: 'MÚSICA É PARA SER SENTIDA' | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL