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Como O Silêncio dos Inocentes quebrou todas as regras do cinema [ENTREVISTA]

O roteirista vencedor do Oscar Ted Tally revelou os detalhes da produção de um dos maiores thrillers de todos os tempos

Kory Grow | Rolling Stone EUA. Tradução: Mariana Rodrigues | @marigues_ (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 22/02/2021, às 16h18

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O Silêncio dos Inocentes (foto: Reprodução / Orion Pictures)
O Silêncio dos Inocentes (foto: Reprodução / Orion Pictures)

“Estava apavorado no Oscar,” disse o roteirista Ted Tally. “Não posso descrever o quão desesperador era. Você ia ao banheiro e as pessoas estavam bebendo, fumando, usando drogas. Você nunca viu tantas celebridades tão nervosas.”

No Valentine’s Day de 1991, O Silêncio dos Inocentes estreou nos cinemas. Uma intensa e corajosa odisseia do crime, na qual a cadete do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) investiga o serial killer Jame “Buffalo Bill” Gumb (Ted Levine) com a ajuda de outro assassino, Hannibal Lecter (Anthony Hopkins).

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O filme é uma obra-prima de suspense do diretor Jonathan Demme, cheio de close-ups e diálogos desconfortáveis. Graças à mistura de grandes performances e uma sensação claustrofóbica de pavor, tornou-se um clássico instantâneo.

Tally, dramaturgo nascido na Carolina do Norte, escreveu roteiros antes, mas O Silêncio dos Inocentes estabeleceu sua carreira. Em 30 de março de 1992, tornou-se um dos três filmes da história a vencer o Oscar nas cinco principais categorias. A atuação rendeu prêmios para Hopkins e Foster, uma estatueta para Demme, uma para Tally e outra de Melhor Filme

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Agora, Tally se aprofunda em uma das produções mais famosos de todos os tempos, revelando histórias dos bastidores tão fascinantes quanto o filme em si: do interesse inicial de Gene Hackman em fazer o longa até a performance assustadora de Hopkins.


Rolling Stone: Qual é sua primeira memória quando olha para trás e lembra de O Silêncio dos Inocentes?

Ted Tally: Nunca tinha ido a um set de gravação antes. Estava em Pittsburg em uma fábrica de turbinas a jato. Era o maior edifício no qual já estive. Você poderia pousar um avião nesse prédio. Por dentro, havia três ou quatros cenários da prisão de Lecter. Apesar de ter apenas uma ou duas tomadas com a câmera descendo pelas grades e escadas, queriam ter uma escala para essas cenas

Quando vi isso, fiquei de queixo caído. Havia centenas de pessoas pulando por toda a estrutura, literalmente pintando poeira em pedras falsas. Eu estava boquiaberto. Ed Saxon [produtor] olhou para mim e disse, “o que Ted fez?”

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RS: Como tudo se alinhou com sua visão?

TT: Tudo combinou de uma forma surpreendente. Fiz vários outros filmes desde então, mas nenhum roteiro escrito por mim se transformou em algo tão parecido com a minha imaginação como esse. Foi surpreendente. Jonathan e eu estávamos em sintonia. 

RS: Vamos falar sobre adaptar o livro. O quanto Thomas Harris envolveu-se no processo?

Conheci Tom Harris apenas socialmente em Nova York. Ele era um cliente da galeria de arte onde minha esposa trabalhava. O conheci e jantamos uma ou duas vezes. Ele sabia o quão fã dos seus livros eu era, então, disse “estou trabalhando em um novo, talvez você gostaria de ver.” Pensei, “sim!” mas não esperava nada daquilo. Poucas semanas depois, recebi uma cópia de O Silêncio dos Inocentes. Devorei em um ou dois dias e pensei, “isso é inacreditável. Se superou novamente.”

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RS: Essa cópia adiantada causou uma boa impressão em você.

TT: Estava em choque. Era o tipo de livro lançado a cada 10 ou 20 anos. Como O Poderoso Chefão. Era uma obra tão inteligente e bem elaborada. Os críticos e o público iriam elogiar. Tem um plot intrigante, personagens incríveis e grandes reviravoltas. Pensei, “isso é um sonho.”

Minha esposa disse, “[O roteirista] William Goldman ou qualquer outro deve estar escrevendo isso. Ligue para seu agente.” Ela ainda leva os créditos por esse dia. Então, descobri sobre a Orion Pictures estar no processo de comprar os direitos para Gene Hackman escrever, dirigir e estrelar. 

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RS: Como você entrou nisso?

TT: Lembro de uma conversa com [o co-fundador da Orion] Mike Medavoy. Ele disse, “Gene quer escrever isso, mas não se preocupa, verá o quão difícil é e devolverá para você.” Depois, Mike ligou para meu agente e disse, “Gene escreveu 50 páginas do roteiro e tem apenas 50 páginas do livro. Então, se você encontrá-lo e convencê-lo, conseguirá o emprego.” Encontrei ele em um hotel em Chicago. Gene tinha algumas ideias estranhas sobre o filme e eu não estava feliz com isso, mas fiquei quieto. Finalmente, ele disse, “Ok, você conseguiu o emprego.”

RS: Quais eram as ideias estranhas de Gene?

TT: Tinha uma imagem estranha da Clarice Starling no céu, tipo, “vamos vê-la através do céu.” Apenas pensei, “okay, Gene, tome mais Tylenol.” Ele não tinha decidido se iria ou não interpretar Lecter; também dirigia, então talvez interpretasse Crawford. Nunca falei com ele depois disso. Desistiu sem me dizer uma palavra enquanto eu escrevia o primeiro rascunho. Não conheci Jonathan Demme até ter quase finalizado o roteiro inicial.

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RS: Você conseguia imaginar Hackman como Hannibal Lecter?

TT: Não, mas ele seria um bom Crawford. A coisa mais estranha disso tudo é o fato de eu ter imaginado Anthony Hopkins desde o início, e então, imaginei Jodie Foster, também.

RS: A visão do Harris do Hannibal Lecter é bem diferente do Anthony Hopkins. O personagem era pra ser lituano.

TT: Também é descrito com olhos vermelhos e seis dedos em uma mão em O Silêncio dos Inocentes. Mas é um livro brilhante. Quando penso sobre o sucesso do filme, começamos como um dos melhores thrillers já escritos. Apenas tentamos não estragar tudo.

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RS: Por que você imaginou Anthony Hopkins como Hannibal?

TT: Sempre o admirei como ator. Seu discurso é tão dramático. Não poderia pensar em outro ator estadunidense para isso. Havia algumas conversas sobre Dustin Hoffman, Robert Duvall, De Niro, mas eu só pensava, Anthony Hopkins é sexy da mesma maneira de um personagem estranhamente sexual. É muito inteligente. Você não pode fingir essa inteligência nas telas.

RS: Michelle Pfeiffer estava cotada para interpretar Clarice Starling, certo?

TT: Sim, Demme queria ela porque os diretores geralmente querem a última atriz com quem trabalharam. [Os dois trabalharam em De Caso com a Máfia em 1988.] Michelle, uma atriz maravilhosa, achou o papel muito violento para ela. Sempre pensei, “não é violento na tela. É psicologicamente perturbador, mas tinha pouca violência nesse filme.” Tem elementos horríveis, mas nós não os vemos realmente. É muito perturbador, tenho de concordar com isso.

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RS: Como Jodie Foster entrou em cena?

TT: Jodie me ligou enquanto eu escrevia o primeiro rascunho. Nunca nos conhecemos. Ela tinha ganhado um Oscar por Acusados (1988) e me procuraram no escritório onde trabalhava e disseram, “Jodie Foster está no telefone.” Conversamos um pouco. Ela comentou, “talvez um dia você escreva um personagem bom para mim.” Falei, “já estou escrevendo um ótimo personagem para você.” Me respondeu, “eu sei.”

Jonathan inicialmente recusou. Conversamos sobre isso na primeira reunião e, por sorte, acabou concordando. Jodie o contatou e, aparentemente, disse, “não sou a primeira escolha, mas vou interpretar esse papel.” Ela é difícil.

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RS: Como se sentiu vendo Hopkins dizendo as palavras de Hannibal?

TT: Foi aterrorizante. É engraçado, perguntei uma vez como veio essa voz e recebi alguma resposta bizarra, a qual só fazia sentido para ele. Explicou-me: “Bom, pensei em misturar Katharine Hepburn e o computador Hal de 2001: Uma Odisseia no Espaço.”

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RS: Você gostou da atuação dele?

TT: Sim. Estava com medo de ser exagerado. Quando as filmagens começaram, corri até ele durante o jantar no hotel em Pittsburgh. Na verdade, tive a audácia de perguntar como iria interpretar esse papel: “Você irá escolher os momentos quando sua loucura transparece?” Hopkins me olhou e disse, “ah, não. Se você é um louco, tem de ser louco o tempo todo.” Não achei reconfortante em questão de desempenho. Mas estava certo. Você não pode escolher quando está louco ou são. 

É uma performance incrível. Não sei se notou isso, mas ele pisca apenas uma vez durante todo o filme e de forma lenta e dramática quando evoca uma memória dolorosa da morte do pai, ou algo assim. É como bebericar uma taça de vinho. Por outro lado, seus olhos estavam completamente abertos. Treinou a si mesmo para fazer isso.

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RS: Quando você adaptou o livro para o roteiro, escolheu contar a história da perspectiva da Clarice Starling. Por quê?

TT: Precisava fazer algo. Era um livro de 370 páginas e tudo poderia ser encenado de maneira empolgante. Mas entra na cabeça de cada personagem separadamente. O livro tem uma subtrama com Crawford e a esposa; tentei reproduzir nos dois primeiros rascunhos, mas para reduzir era melhor me concentrar apenas na Clarice e no ponto de vista dela.

Você não pode fazer isso completamente, porque é preciso cortar para o sequestro de Catherine Martin e deixar Clarice Starling para a fuga de Lecter. Mas parecia funcionar a princípio. Certamente me ajudou a organizar a história.

RS: É tão diferente ver uma mulher forte e ousada trilhando seu caminho.

TT: Sim, isso não era comum naquela época. Desde então, tem acontecido com mais frequência. Tive uma conversa com Jonathan anos atrás sobre esse filme quebrar várias regras para fazer um verdadeiro thriller de Hollywood. Tem várias falas, é muito intelectual. Não tem batidas de carros ou explosões. A personagem principal é uma mulher em vez de homem. Ela nunca está fisicamente em perigo até o fim do filme. Apenas quebra todas as regras.

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RS: Voltando ao roteiro. Thomas Harris se envolveu?

TT: Tom Harris foi um amor sobre tudo desde o começo. Quando consegui o emprego, me disse, “parabéns, ótimo. Se precisar dar uma olhada a mais no dossiê de cada personagem, fala." Foi extremamente reconfortante e generoso como autor. Eu disse, “Quer saber? Você colocou tudo no livro. Não preciso de nada além disso e ficarei mais confortável se você não ver até estar pronto.”

Na verdade, ele não viu o filme por 10 anos. "Não vão tirar a minha visão dos personagens enquanto ainda tento escrever sobre eles em outro trabalho."

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RS: Jonathan pediu revisões para você enquanto trabalha nos rascunhos?

TT: Me pressionava um pouco: “Isso acrescenta à história de uma mulher matando alguns cordeiros os quais ela não conseguiu salvar quando era jovem? Vai ser desapontante? É realmente necessário ela não conseguir salvar um cordeiro?”

Eu disse, “não me importo com os cordeiros, mas me importo com ela.” Quando Lecter conhece o senador no terminal do aeroporto, Jonathan disse, “deveria ser muito mais desagradável. Ele tem um senador dos EUA nas mãos.” Tentei pensar em falas horríveis para ele.

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RS: Como você adaptou a parte da história de Jame Gumb e Catherine Martin? 

TT: Amo Catherine Martin porque se recusa a ser outra vítima. É algo brilhante da parte de Thomas Harris, a maneira como ela revida e tenta se salvar. Não só espera ser morta ou resgatada. Tenta salvar a própria vida. É uma linda atuação de Brooke Smith.

Jame Gumb foi difícil para mim, pois quando decidi fazer a maior parte da história do ponto de vista da Clarice, fiquei limitado ao quanto poderia mostrar dele. Se não podia entrar na cabeça dele, não poderia explicar porque é desse jeito. Fui resgatado pela atuação de Ted Levine e Jonathan Demme. Disseram, “bom, vamos mostrar a ele. Como se veste? Qual jóia  usa? Qual a maquiagem? Qual tipo de música escuta?” Fizeram tudo isso no set. Foi muito corajoso da parte do Ted.

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RS: A cena na qual Buffalo Bill dança pelado estava no roteiro?

TT: Não. Estava tão surpreso quanto todo mundo quando o vi colocando os órgãos genitais entre as pernas e posando. Pensei, “ai, meu Deus.” Quando Jodie viu isso pela primeira vez, disse, “isso é perturbador.” Era essa a ideia. Certamente algo como piercing no mamilo não estava no roteiro.

RS: Qual era o clima do set?

TT: Jonathan brincava com os atores. Ama fazer a produção parecer um filme de família, então coloca todo mundo nele. Sou um dos policiais entrando no prédio errado. Ed Saxon é o cara com a cabeça na jarra. Um dos assistentes interpretou um balconista em uma locadora de carros numa das cenas cortadas. Nela, Jodie Foster alugava um carro e disse, “Clarice Starling, você tem um carro para mim.” Essa era a cena. Mas Jonathan disse ao assistente, “dê a ela um obstáculo,” quase como uma câmera escondida.

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Jodie entra com pressa e diz “oi, sou Clarice Starling.” Ele responde, “posso ver alguma identidade?” (E, claro, Jodie não estragaria o personagem se improvisasse.) "Você sabe,  preciso ver mais alguma coisa. Você tem uma carteira de motorista para este estado? Ou um registro do hotel?” Finalmente, Jodie Foster começa a rir. Dessa forma, Jonathan criou um clima leve em um filme sombrio.

RS: Como se sente com as pessoas descrevendo O Silêncio dos Inocentes como filme de terror?

TT: O filme foi visto dessa forma pela comunidade do terror por muitos anos, e por mim, está tudo bem. Gostam de dizer: é o único filme de terror a ganhar um Oscar de Melhor Filme. Sempre pensei nele como um filme de detetive ou thriller. Não tenho nada contra filmes de terror. Para mim, filmes de terror envolvem o sobrenatural. Lecter pode chegar perto do sobrenatural, mas  não é.

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The American Film Institute fez uma pesquisa anos atrás, “Quem são os melhores vilões de filmes?” e “Quem são os melhores heróis de filmes?” Hannibal Lecter foi votado como melhor vilão e a melhor heroína foi Clarice Starling. Ou seja, estão sempre tentando mudar isso.

RS: Por que decidiu não trabalhar na sequência de Hannibal em 2001?

TT: Todos recusamos, exceto Tony Hopkins, não resistiu em ser o personagem principal. Após todos esses anos lutando com essa história, Tom mudou sua visão dos personagens. Não poderíamos aceitar o fato de Clarice Starling sentir atração por Hannibal Lecter da mesma maneira do livro. Parecia estar indo contra seu caráter. Não temos o direito de criticar, pois devemos muito a ele. Foi muito dolorido quando decidimos não fazer. Esperamos quase 10 anos para isso.

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Mas, sabe, Tom se esforçou muito no livro e no final. Ficamos muito felizes por essa jornada. Ele não tem a magnitude desejada para esse personagem. Foi muito para o lado sombrio. Mas Tom Harris não guardou rancor e foi muito bondoso comigo quando fizemos Dragão Vermelho (2002) depois.

RS: Você assistiu a série Hannibal?

TT: Não. É a indústria Hannibal Lecter de agora. Bom para eles e para Thomas Harris. O sentimento, porém, é o mesmo de quando Dino De Laurentiis também tentou adaptar o livro Hannibal Rising. Eu disse, “Dino, quanto mais você explica esse personagem, menos ele é.” Não quero saber se alguém machucou o cachorrinho dele quando tinha oito anos. Menos é mais com esse personagem. Mas não pode convencer ninguém disso quando há lucro envolvido.

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RS: Do que mais se orgulha quando pensa em O Silêncio dos Inocentes hoje em dia?

TT: O Oscar, vencer todas as categorias principais é algo histórico. Isso só acontecera três vezes e não ocorreu novamente nos 25 anos seguintes. Jodie uma vez disse algo como "nenhum de nós foi tão bom antes e nunca fomos tão bons depois. Só aconteceu dessa forma.” Era a época perfeita na carreira de todos.


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