Comediante e cineasta foram banidos em 3 de maio de 2018 depois de diversas acusações de abuso sexual
Marina Sakai (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 03/05/2021, às 16h57
O comediante Bill Cosby e o diretor Roman Polanski faziam parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas até 3 de maio de 2018. Neste dia, a organização responsável pelo Oscar divulgou um comunicado e confirmou a expulsão de ambos por violação do código de conduta.
O Conselho de Diretores se reuniu para discutir as acusações de assédio e abuso sexual de Cosby e Polanski. No comunicado, escreveram: "O Conselho continua a encorajar padrões éticos os quais exigem dos membros se enquadrarem nos valores de respeito pela dignidade humana observados pela Academia."
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Uma semana antes da decisão, Cosby havia sido condenado por drogar e abusar sexualmente de Andrea Constand, ex-jogadora de basquete e funcionária da Universidade Temple (EUA) em 2004. Além dessa acusação, o comediante foi denunciado por 50 mulheres, considerado culpado em três delas e sentenciado à prisão em setembro de 2018.
Os escândalos envolvendo Roman Polanski são antigos e extensos. Em 1978, ocorreu o caso Samantha Geimer. Na época com 13 anos, a menina foi estimulada a consumir drogas e álcool em uma festa, e depois violentada pelo cineasta. Foi condenado por estupro de incapaz, mas fugiu do país antes da aprovação da sentença.
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Polanski mora na França e não vai aos Estados Unidos há mais de 20 anos. Em 2017, a artista Marianne Barnard acusou o cineasta de estupra-la quando tinha 10 anos. Além disso, Barnard começou uma petição para a expulsão dele da Academia. Mais três mulheres o denunciaram de estupro; em todos os casos, as vítimas eram menores de idade.
Harland Braun, advogado de Polanski, disse à Variety: "É um exemplo muito ruim. Parece errado expulsar alguém e tomar uma decisão sem conhecer todos os fatos." Acrescentou que o diretor não teve oportunidade de se defender perante a Academia. A defesa de Bill Cosby não se posicionou.
O novo código de conduta foi divulgado depois do caso envolvendo Harvey Weinstein. O produtor acusado de abuso sexual foi banido da instituição em outubro de 2017 e continua a negar todas as denúncias. O primeiro a ser expulso da Academia foi Carmine Caridi em 2004. Ator foi acusado de distribuir cópias ilegais de filmes concorrentes ao Oscar.
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Wes Anderson possui um estilo próprio muito fácil de reconhecer, e quando assistimos a um filme dele, sabemos imediatamente que se trata de uma obra do cineasta. Nascido no Texas, EUA, Anderson completou 52 anos neste sábado, primeiro de maio.
O diretor estudou filosofia na faculdade, e lá conheceu o ator Owen Wilson, com quem realizou o primeiro curta-metragem, chamado Bottle Rocket (1994).
Anderson foi indicado três vezes à Melhor Roteiro Original no Oscar, por Os Excêntricos Tenenbaums (2001), Moonrise Kingdom (2012) e O Grande Hotel Budapeste (2014), este último também lhe rendeu a indicação de Melhor Diretor. Além disso, o cineasta concorreu por Melhor Animação com O Fantástico Sr. Raposo (2014).
Os filmes de Wes Anderson formam um universo próprio e possuem muitas semelhanças, mas essas são responsáveis por os diferenciarem de qualquer produção de outro diretor. As técnicas variam e podem ser percebidas no enquadramento, direção de arte, diálogos e até mesmo na escolha dos atores.
Confira cinco motivos para os filmes de Wes Anderson serem únicos:
A simetria é uma das características mais marcantes dos filmes de Wes Anderson, seja em planos com um único ator e um cenário simples, ou muitos personagens com uma paisagem recheada de detalhes.
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O diretor revelou o desejo de ser arquiteto se não fosse cineasta, e isso explica muito da estética dos filmes. Com uma parceria recorrente com o diretor de fotografia Robert Yeoman, Anderson tem o hábito de centralizar os personagens nos enquadramentos, e, para obter esse efeito, costuma usar a câmera parada e fixa e lentes mais abertas.
Wes Anderson costuma trabalhar com os mesmos atores, e os dirige de uma maneira bem original e peculiar, tornando-as, muitas vezes, as melhores atuações da carreira deles. As atuações são sempre bem excêntricas, e, mesmo que pareçam um pouco teatrais e irreais, dão um ar totalmente original e de personalidade às produções.
Bill Murray, protagonista de A Vida Marinha com Steve Zissou, participou de oito filmes, e Owen Wilson de sete. Jason Schwartzman, Adrien Brody e Willem Dafoe também são recorrentes nas produções de Anderson.
O cineasta mostrou como se preocupa com os enquadramentos. Pensando nisso, não poderia deixar de lado a direção de arte. As produções costumam ter uma paleta de cores saturadas ou pastéis, as quais acompanham todo o filme.
As cores são escolhidas pelo significado e servem para mudar a interpretação dos telespectadores. Por exemplo, em O Grande Hotel Budapeste, o passado é representado por cores como amarelo e verde, e o presente pelo rosa e azul.
O diretor sempre conta com colaborações de amigos na hora de escrever o roteiro. Os diálogos são peculiares e inusitados na maioria das vezes, mas funcionam perfeitamente para mostrar como os personagens são bem desenvolvidos e únicos dentro do universo do filme.
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Conflitos familiares, a incompreensão e crianças agindo como adultos são temas e situações recorrentes nas histórias de Anderson. Além disso, a narrativa é dividida em atos e lembra muito uma estrutura teatral.
Wes Anderson é um dos diretores que controlam várias partes da produção. Escreve o roteiro, participa da direção de arte e fotografia. Com isso, também possui uma técnica repetida nos filmes, a qual acrescenta muito na narrativa ao dar mais dinamicidade.
O cineasta costuma acompanhar os personagens andando com a câmera em um trilho, como um travelling ou tracking shot. Esse estilo de filmagem está presente em The Darjeeling Limited (2017), Moonrise Kingdom (2012) e mais.
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